Os famosos “36%
de impostos” estão intrinsecamente ligados a rejeição do modelo de neoliberalismo adotado pelos países liberais desenvolvidos. O neoliberalismo iniciou-se
decorrente da expansão da intervenção do Estado, antagônica à forma mercadoria,
ainda que necessária para sustentá-la.
Os
países com ideologias neoliberais começaram a privatizar e terceirizar serviços
antes administrados pelo poder público, em decorrência disso conseguiu-se uma
diminuição dos gastos fazendo que a carga tributária fosse reduzida. Como o
Estado não tem a visão clara de lucros, a receita diminui
proporcionalmente e em consequência a os gastos públicos. Enquanto o ciclo está
ascendente a iniciativa privada expande seus interesses e o sistema financeiro
facilita a obtenção de crédito, como deve ser visando os lucros e com uma visão
a curto prazo. Em um Estado sem a ideologia neoliberal não seria diferente, mas
com as iniciativas concentradas no poder público, o lucro seria compensado com
o aumento de gastos fazendo um aumento consumo como um todo (sem considerar as
perdas por ineficiências e ociosidades do sistema público).
Quando
a economia tende a crescer tudo “são rosas”, aumento do crédito dos investimentos, benefícios fiscais,
diminuição da carga de trabalho, aumento dos benefícios ao desempregados e
aposentados. Entretanto, na estabilização do consumo e aumento do endividamento
decorrente da facilidade de crédito as duas ideologias começam a divergir. Não
existe a possibilidade e muito menos incentivos que faça uma organização com
fins lucrativos a investir se a perspectiva a curto prazo é descendente, lucro é igual a receita menos
gastos, se a perspectiva de receita é reduzida os gastos invariavelmente serão
reduzidos o que significa cortes produtivos (empregos, serviços e
matéria-prima) e de investimentos de expansão. Sendo esta a única fonte do
aumento do consumo (PIB), com um Estado fraco e sem forças (verbas) para o
incentivo do consumo, orçamentos reduzidos devido à baixa taxa de impostos, a economia gira em função da perspectiva do
investimento e crédito privado.
O
Estado é capaz de suportar um período de déficit orçamentário se os gastos visa
estimular a economia e/ou
uma melhor distribuição de renda, esses
devem ser os princípios a serem seguidos. Num
país em desenvolvimento e com diferenças sociais exorbitantes é compreensível
que a carga de tributos seja
alta também, “um Rolls Royce tem um preço elevadíssimo comparado ao preço médio
de um carro, mas quem compra tem um nível de satisfação alto”, em analogia se a
carga tributária for bem aplicada é um valor compatível para sustentar meios de
distribuição de renda. Em uma democracia o Estado significa a voz do povo, é por
ele que os representantes do povo administram a economia e os serviços essenciais.
Em última análise, o atraso ou avanço das ideologias implementadas no Brasil, é a principal causa dos efeitos da crise que
começou em 2008 “ainda” não ter feito muitos estragos por aqui.
US : PNB vs PIB – crédito – sistema financeiro vs FED - setor de serviços vs desemprego
Europa : neoliberalismo
econômico – baixos impostos – iniciativa privada investimentos – controle da economia